O prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), que vem mantendo o foco da agenda no combate à pandemia, mostrou, nesta terça-feira, que não está descuidado quanto ao tema da eleição e das demais demandas do dia a dia do próprio governo. O tucano postou, em rede social, uma foto dos trabalhos de drenagem pluvial e de pavimentação asfáltica em várias ruas da cidade que estão sendo feitos pela administração municipal. Os recursos são próprios e do empréstimo do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), que, por meio da Caixa Econômica Federal, liberou R$ 28 milhões.
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Vale lembrar que, ainda em 2018, o Executivo deu início às tratativas em busca do montante e, depois, em 2019, os trabalhos foram iniciados - após licitação com contratação de empresas para a execução dos serviços - em vias (ruas e avenidas) historicamente precarizadas. E, ainda, em escala menor, em pontos deficitários da zona rural. O valor de R$ 28 milhões está fatiado em cinco parcelas de R$ 5,6 milhões cada.
O prefeito está correto quando diz que "não adianta resolver só a parte de cima (...) é colocar dinheiro fora". Até porque, o tucano, volta e meia, afirma, com propriedade, que "arrumar o que ninguém vê não dá voto". É mais fácil e cômodo montar um cerimonial para a entrega de uma obra física, seja uma quadra de esportes ou o que for, do que alocar recurso em obras subterrâneas.
Ao longo dos últimos governos, prevaleceu o tapa-buraco, o que ainda é corriqueiro na atual gestão, mas em menor escala. E, até então, somente obras "visíveis", apenas com a colocação de pavimentação e sem tratar propriamente do problema, foram priorizadas. Igualmente preocupante é o fato de, na última década, muitas ruas sem demanda viária acabaram sendo asfaltadas. Ou seja, vias que não eram rota do transporte coletivo e que receberam pavimentação sem necessidade primordial.
MÉRITO NÃO EVITA CRÍTICA
O mérito do Pozzobom é não ficar restrito àquelas práticas paliativa do passado. Ou seja, serviços mal feitos que eram replicados e que, na primeira chuva, mostravam a real dimensão do problema. Porém, isso não o impedirá de ter que lidar com as críticas, que virão de adversários, de que Santa Maria ainda é, infelizmente, uma cidade completamente esburacada e deteriorada.
Mas já se avançou bastante, o que há de ser reconhecido. Saldo de trabalhos acertados podem ser vistos na Rua Riachuelo e no próprio entorno da Rua Sete de Setembro, bem como na Ary Lagranha Domingues. E, agora, mais recentemente, na Rua General Neto.
Ainda que não admita abertamente, Pozzobom vai, sem descuidar da pauta pandemia, colocando no radar a própria reeleição. Por enquanto, o prefeito leva como trunfo a condução do município frente à pandemia ao cuidar da rede de saúde e, claro, ao observar os aspectos econômicos. Até porque esse último é uma venda casada. Não basta apenas a caneta ou o prefeito capitanear as decisões no cenário econômico, cabe ao empresariado também fazer sua parte.
E Pozzobom sabe que há um capital relevante perante a Covid-19, que ele construiu e vem sabendo, até aqui, mantê-lo. Se irá coligar, ou se estará em chapa pura, é algo que, logo mais, saberemos. Mesmo ainda sem ter um nome para compor a pré-candidatura à reeleição, o tucano mostra que está no páreo para o próximo pleito e dá sinais de que não deixará de demarcar o espaço e os feitos construídos e realizados nesses últimos quatro anos à frente do Executivo. Essa tendência, aliás, fica bem evidenciada ao fim da postagem feita pelo prefeito, quando ele que diz "o combate ao coronavírus não vai parar e o nosso trabalho também não".
